domingo, 15 de novembro de 2009

Boa Noite

Eu estava no fundo do auditório. Meu netinho fazia aquela festa com  os folhetos do evento, demonstrando completo desconhecimento da importância de estar ali. Minha filha e genro iriam cantar com o Coral. Minha esposa me acompanhava. Para mim, era o coroamento de uma obra de arte, feita a várias mãos. No comando, o respeitado e reconhecido locutor Cid Moreira, que lançava o trabalho da Bíblia em áudio, a mais importante produção de Bíblia do mundo, com 140 horas de gravação, a maior trilha sonora já vista em uma única mídia, a representação de mais de 50 voluntários, que doaram suas vozes como personagens da história bíblica, efeitos especiais, a narração central de um dos maiores locutores do mundo (Cid Moreira), e tudo isto em apenas um pen drive de 8 gigas.
Eu participei, interpretando vários personagens, e pude aprender muito com a experiência. O Cid é um excelente professor, exigente, mas didático e com muito bom humor.
Alí estava eu, incógnito, naquele auditório com mais de 200 convidados, entre eles o presidente da Sociedade Bíblica Brasileira, o Coral Jovem do Rio, Rafaela Pinho, Sérgio Azevedo e muitas outras pessoas conhecidas e também amigos do Cid. A rede Novo Tempo cobriu o evento.
De repente o Cid falou que o próximo trecho da gravação, entre os 5 mostrados, seria um com   a participação de Paulo Bergmann. Mas será que ele está aí? Perguntou. Lá de trás eu acenei, confirmando minha presença. Aí ele disse: Ah, ele está aí. É que ele precisa de um espaço "grande"... Finalmente eu tinha sido notado. E como! É difícil dizer se você deve rir ou chorar em momento deste. Mas eu ri. Até porque sei que o Cid tem um carinho muito grande por mim, e brincadeiras são comuns entre nós. Mas o Gordo se sentiu lisongeado em ser lembrado numa solenidade tão importante.
Esta circunstância me mostrou que o gordo leva vantagem em ser um tipo de "referência". Alguém especial, que as pessoas amam do jeito que ele é. Isto me preocupa, pois posso começar a achar que ser gordo tem suas vantagens. Ser referênciado, sem algum tipo de brincadeira, demonstra pouca proximidade e abertura para tal. E isto eu sei que não existe na minha relação com o Cid. Vibramos muito com o Projeto, brincamos muito, nos emocionamos várias vezes e oramos juntos também.
Como uma forma de concessão especial, me senti elogiado naquele auditório, só não posso é começar a gostar do esteriótipo do Gordo.
Afinal, ao começar o trabalho, imaginei que acharia ali uma oportunidade de aprender com a experiência de Cid Moreira, conhecendo-o melhor, e participando de um "fantástico" projeto. Mas o que realmente eu achei ali, além de tudo que eu esperava, foram dois bons amigos: Cidinho e Fatinha. A eles, todo o meu respeito, consideração e gratidão.