sábado, 3 de outubro de 2009

É uma Droga!

Augusto Cury foi muito feliz em associar as emoções às drogas, em seu livro "Vencendo o Cárcere da Emoção". 
Quando você experimenta uma forte emoção, que provoque sensações de prazer ou dor, ficam marcadas no seu subconsciente as lembranças deste momento, com todas as suas nuances. Sejam as lembranças de sensações entorpecedoras ou estimulantes, de imagens vistas com outros olhos, da sensibilidade sob a pele ou do sabor sobre a língua, dos aromas e odores excitantes, da harmonia do silêncio e dos sons, não importa, ficam marcadas como se fossem endereços digitais, que podem ser acessados, ou por vontade própria ou executados por um tipo de vírus neural.
Quando na quinta feira, passei por uma grande tensão, eu acabei não me preocupando mais com os detalhes da minha dieta. Não que tenha pensado em comida não saudável, pelo menos inicialmente. Mas estava profundamente ansioso com alguns problemas no trabalho. Pois justamente esta noite, já em casa, soube que minha esposa iria para casa da minha filha. Não que eu seja tão sensível a solidão, mas pelo meu histórico, é aí que algumas coisas estranhas acontecem. Não sei se é uma manifestação da sensação de liberdade de expressão doméstica (afinal, quem está olhando?), ou uma vitimação por abandono (típico da depressão). Eu sei é que procurei algo para comer, e fiz cinco almôndegas de Quinoa, com um molho de ricota e ervas. Até aí, tudo bem! Mas quando procurei algo no armário, vi uma lata de leite condensado lá no fundo. Minhas mãos ficaram atrapalhadas e bati a porta do armário, torcendo para que tais pensamentos fossem exorcizados. Fui para a sala, e tentei prestar atenção em algum programa que nem lembro o nome, e a imagem recorrente da lata de leite condensado não me deixava sequer prestar atenção a TV. Comecei a me lembrar dos doces de leite de panela de pressão, tão simples de fazer, e tão deliciosos, tão irresistíveis, tão... tão... tão...
O que aconteceu a seguir, é que quando voltei os meus pensamentos à realidade, já estava com uma vasilha vazia e lambida de doce de leite no colo, uma sensação de surpresa e arrependimento na mente, uma lata de leite condensado malocada no fundo da lata de lixo, e a panela lavada. Mas onde estava o Gordo? O cretino fugiu! Certamente me deu uma dose de "boa noite cinderela", para armar mais um dos seus golpes. Eu me sentia como um dependente químico que pulou o muro da clínica de tratamento de desintoxicação, e agora voltava arrependido da sua "viagem". Mas culpar a quem? Tal como a droga adicção, a dependência alimentar, no seu lado psicológico, é baseada nas lembranças do prazer experimentado no passado, e na possibilidade de, re-experimentando este prazer, estimular a mente a protelar no enfrentamento da nossa realidade.
Eu sei que não posso deixar isto ocorrer novamente, e vou ficar esperto na próxima crise.
Mas a boa notícia é que, mesmo com tudo isto, cheguei aos 128 kg, e o meu resumo é o seguinte:

Peso Inicial 142 Kg
Peso perdido 14 Kg
Hoje 128 Kg
Meta 1ª fase 128 Kg até Dezembro 2009 Detonada
Meta 2ª fase 110 Kg até Dezembro de 2009 (nova data)
Meta Final 90 Kg em Julho de 2010, sem mais latas escondidas.

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