terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Volta!

Me rendi a pressão da opinião dos médicos, dos amigos, da família e da sociedade: Resolvi matar o Gordo que existe em mim. Depois de centenas de tentativas frustradas de regime, reforma de saúde, dietas mágicas, fórmulas químicas e mentais, descobri que o Gordo era mais forte do que eu. Em janeiro de 2013, fiz a cirurgia bariátrica, cortando o Gordo, naquilo que é o seu ponto fraco (ou forte): O estômago.
Imaginava que ele espernearia dentro de mim, resistindo ao fato, mas nada. Só silêncio.
Tive um recuperação excelente e durante o primeiro mês pude sentir o prazer de dominar todo o meu corpo. Reinei soberano, com a vontade reforçada pelos limites fisiológicos e hormonais impostos pela cirurgia. Passei batido por pizzas, churrascos, doces e pães. A minha libido gastronômica estava quase a 0, com níveis elevados de Leptina. O peso despencava, e até mês passado eu já tinha perdido 35 kilos, e descendo. No início de setembro, comecei a sentir uma certa sensação de cansaço, mas achei que era falta de vitamina. Passei a tomar duas cápsula por dia, mas mesmo assim sentia uma certa tristeza. O interessante é que opções de sair da dieta não me faltavam, mas nem a comida me consolava. Eu já estava meio desconfiados dos níveis de serotonina, e achei até que começava um quadro depressivo. Foi então que em um momento solitário no escritório, deixando a chance da hora do almoço passar, pois não estava com fome, que escutei:
Tá com saudade de mim?
E eu disse: Cruz credo é fantasma!
E ele disse: O que você quer? Ser Gordo cansa! Eu precisava de umas férias! 
Eu me arrepiei da cabeça aos pés ao constatar que, como uma Fenix, o Gordo tinha retornado. 
O pior é que o cretino ainda me fez uma proposta indecente:
Pode deixar meu amigo, o Gordo está aqui pra te ajudar! Vamos conversar sobre isto no almoço...
Mais que rápido, fechei o escritório mais cedo e fui para casa, troquei a roupa e fui andar. 8 km
Eu sei que ele está por aí. A minha personalidade desassociada, a minha caricatura esquizofrênica ainda está viva. Mas ele vai cortar um dobrado comigo. Tenho andado todos os dias. 7, 8, 9 km. E agora é tolerância 0. 

PS: Estou mais perto do que ele pensa...Hum, que vontade de comer Churros.... 

sábado, 30 de janeiro de 2010

O Efeito Senior




Vivi nos meses de novembro, dezembro e janeiro uma síndrome inesperada, a qual batizei de "Efeito Senior". Senior é parte do nome do nosso novo produto, no qual há 6 meses estamos trabalhando. 
O nome da síndrome não foi necessariamente atribuída por causa do nome do produto, mas com certeza teve alguma influência. Esta síndrome teve características únicas, e nunca vistas em meu comportamento. 
Tomando a palavra Senior como característica de maturidade e experiência, senti uma grande necessidade de corresponder a exigência das circunstâncias profissionais que envolviam tal lançamento.
De forma recorrente, um sentimento refratário a tudo aquilo que envolvia banalidades e comprometimentos adversos ao foco profissional, me invadia constantemente. O que me fazia um escravo da determinação de fazer com que tudo desse certo no projeto Senior.
Antagonicamente, aquilo que era obsessão por um lado, me levou a descartar alguns comprometimentos pelo outro, e fiquei 3 meses a mercê de um gordo oportunista e liberado.
Todas as vezes que pensava no blog e no projeto "Eu e o Gordo", sentia o risco de me desconcentrar do foco do projeto "Senior". Afinal, quem consegue canalizar todas as forças psíquicas para um projeto e ainda impor restrições e auto-controle contínuo por outro? Talvez este fosse um pensamento mais típico do gordo, mas era razoável entender que a defesa da estrutura emocional é tão importante quanto aos resultados que se buscam, e eu não conseguia medir as consequências de assumir todas estas pressões. 
Sinto que me aproximo de momentos mais relaxados, independentemente de exigirem muita responsabilidade, mas por certo terei uma agenda de tarefas muito mais reduzida.
Estou lendo o livro "O ano do pensamento mágico" de Joan Didion, e mais uma vez confirmo minha tese, quando ela cita em seu livro as seguintes frases - "Informação é controle" e "A vida se transforma rapidamente. A vida muda num instante. Você se senta para jantar, e aquela vida que você conhecia acaba de repente" . 
Estou convencido que uma nova fase chegou na minha vida, e a prova disto é que pela primeira vez, um controle absolutamente autônomo, não me fez engordar mais do que 20% do que tinha emagrecido (apenas 2,5 kilos dos 16 perdidos). Todas as vezes que consegui um resultado relevante, voltei a ganhar tudo de novo, e até mais ainda. Atribuo isto a diferença no método de motivação, que estabeleceu mecanismos resistentes às mudanças do hábito.
Agora estou me preparando para esta nova fase, e continuarei dando notícias de todo o progresso. Aliás, eu lí o livro "Introdução a teoria dos jogos" de FABIO A. C. C. CHALUB do Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais da Universidade de Lisboa, e tenho algumas aplicações interessantes em relação ao jogo "Dilema dos Prisioneiros" e a minha relação estratégica com o Gordo. Aguarde na próxima postagem.

  

domingo, 15 de novembro de 2009

Boa Noite

Eu estava no fundo do auditório. Meu netinho fazia aquela festa com  os folhetos do evento, demonstrando completo desconhecimento da importância de estar ali. Minha filha e genro iriam cantar com o Coral. Minha esposa me acompanhava. Para mim, era o coroamento de uma obra de arte, feita a várias mãos. No comando, o respeitado e reconhecido locutor Cid Moreira, que lançava o trabalho da Bíblia em áudio, a mais importante produção de Bíblia do mundo, com 140 horas de gravação, a maior trilha sonora já vista em uma única mídia, a representação de mais de 50 voluntários, que doaram suas vozes como personagens da história bíblica, efeitos especiais, a narração central de um dos maiores locutores do mundo (Cid Moreira), e tudo isto em apenas um pen drive de 8 gigas.
Eu participei, interpretando vários personagens, e pude aprender muito com a experiência. O Cid é um excelente professor, exigente, mas didático e com muito bom humor.
Alí estava eu, incógnito, naquele auditório com mais de 200 convidados, entre eles o presidente da Sociedade Bíblica Brasileira, o Coral Jovem do Rio, Rafaela Pinho, Sérgio Azevedo e muitas outras pessoas conhecidas e também amigos do Cid. A rede Novo Tempo cobriu o evento.
De repente o Cid falou que o próximo trecho da gravação, entre os 5 mostrados, seria um com   a participação de Paulo Bergmann. Mas será que ele está aí? Perguntou. Lá de trás eu acenei, confirmando minha presença. Aí ele disse: Ah, ele está aí. É que ele precisa de um espaço "grande"... Finalmente eu tinha sido notado. E como! É difícil dizer se você deve rir ou chorar em momento deste. Mas eu ri. Até porque sei que o Cid tem um carinho muito grande por mim, e brincadeiras são comuns entre nós. Mas o Gordo se sentiu lisongeado em ser lembrado numa solenidade tão importante.
Esta circunstância me mostrou que o gordo leva vantagem em ser um tipo de "referência". Alguém especial, que as pessoas amam do jeito que ele é. Isto me preocupa, pois posso começar a achar que ser gordo tem suas vantagens. Ser referênciado, sem algum tipo de brincadeira, demonstra pouca proximidade e abertura para tal. E isto eu sei que não existe na minha relação com o Cid. Vibramos muito com o Projeto, brincamos muito, nos emocionamos várias vezes e oramos juntos também.
Como uma forma de concessão especial, me senti elogiado naquele auditório, só não posso é começar a gostar do esteriótipo do Gordo.
Afinal, ao começar o trabalho, imaginei que acharia ali uma oportunidade de aprender com a experiência de Cid Moreira, conhecendo-o melhor, e participando de um "fantástico" projeto. Mas o que realmente eu achei ali, além de tudo que eu esperava, foram dois bons amigos: Cidinho e Fatinha. A eles, todo o meu respeito, consideração e gratidão.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sequestro Motivacional

Eu já tinha uma certa desconfiança disto, mas desta vez, mais atento a todos os reflexos, como um pesquisador observa sua cobaia em um experimento científico, constatei o efeito neutralizador do desejo de emagrecer, provocado pela ansiedade.
De uma forma imperceptível, a ansiedade cresce, provocada por circunstâncias alheias à própria vontade. É como uma anestesia em doses homeopáticas, que vão sedando a motivação de continuar avançando nos propósitos definidos de perda de peso.
Por mais que exista uma definição concreta no conhecimento dos benefícios de avançar emagrecendo, e dos prejuízos em estabilizar ou retroceder no processo, a mente parece que fica boba e insensível aos apelos do propósito. Eu chamaria estes momentos de "sequestro motivacional", que é quando as preocupações com o momento, ou o futuro, impõe um desvio da atenção e prioridades para os fatos em questão. É aí que o Gordo se aproveita.  Furtivamente, como se perdesse-mos o controle da própria sombra, ele se manifesta com liberdade para compensar a dor da ansiedade com comida. Ficamos amarrados, e assistimos a festa da intemperança, não com conivência, auto-piedade ou cumplicidade, mas com uma sensação de profunda impotência diante das circunstâncias. Já vi este filme inúmeras vezes, e não será a última vez que terei ansiedade por algum problema real ou imaginário.
Agora tudo é diferente, pois conhecer as estratégias do Gordo é o início da resolução dos problemas. Se a ansiedade me anestesia, e me faz focar nas soluções ou conseqüências dos problemas cotidianos, tirando minha prioridade da meta de emagrecer, ou não engordar, eu aumento a visibilidade do Gordo, como se expusesse a vergonha do seu egoísmo, imprudência e instabilidade. Posso fazer isto através do Blog, da conversa com amigos, médico, conjuge ou quaquer meio que dê visibilidade ao fato.  Quanto mais claro ficar a exposição da fraqueza, mais constrangimento se impõe a manifestação do Gordo, afinal, a estratégia dele é não ser visto, e quanto mais exposto, mais evidente fica a sua culpa. E culpa é suave quando é privada. Somos muito orgulhosos para encarar a culpa pública. Portanto, não tenho mais medo de admitir fraquezas, mas faço disto uma ferramenta de auto-constrangimento, e isso é melhor do que ficar amarrado dentro de um cativeiro mental, enquanto o Gordo negocia o resgate em calorias.

domingo, 11 de outubro de 2009

Forca de Vontade (A falta do cedilha não é erro ortográfico)

Já há tempo, eu queria abordar um assunto que me fez queimar muitos dos meus gordos neurônios -- A força de Vontade.
Posso entender a necessidade de se identificar o esforço para provocar uma mudança com um título de "efeito metafórico". "Força de Vontade" exibe uma metáfora para a ação engendrada pelo desejo de mudar. Mas o que me faz refletir, é que não consigo conceber força que se possa fazer, sem desejar o suficiente. Para mim, a intensidade da vontade é totalmente proporcional a do desejo. Não há força psicológica sem motivos, portanto: mudança = vontade = desejo = motivos.
Se não houver uma sustentação da base da vontade, com motivos substanciais ou sensibilizadores, menor será o desejo, a vontade, e a mudança.
Tenho provocado a minha base emocional com conhecimentos, que ao contrário de demonstrarem força, estão demonstrando novas perspectivas de motivação.
Eu resumiria esta experiência ao exemplo de uma pessoa que, uma vez mudando para outra cultura, se vê obrigada a admitir mudanças para sustentar o relacionamento social e profissional. Ela precisa destruir conceitos e eliminar pré-conceitos, antes de conseguir promover mudanças de comportamento.
Enfim, em que você acredita, é o lhe move à ação. Alguns mudam, outros morrem. É uma escolha.
Fico com pena das pessoas que vivem de frustração em frustração, se lançando ao efeito metafórico da "força de vontade". Muito cedo descobrem que sua base de motivação é insustentável, e não desejam a mudança suficientemente como pensam querer. A não ser que deixem a hipocrisia de lado, terão que reconstruir a base da vontade com novas motivações, fortes o suficiente para a mudança que afirmam querer, ou aceitar que, o que querem mesmo, é que tudo fique como está.    

sábado, 3 de outubro de 2009

É uma Droga!

Augusto Cury foi muito feliz em associar as emoções às drogas, em seu livro "Vencendo o Cárcere da Emoção". 
Quando você experimenta uma forte emoção, que provoque sensações de prazer ou dor, ficam marcadas no seu subconsciente as lembranças deste momento, com todas as suas nuances. Sejam as lembranças de sensações entorpecedoras ou estimulantes, de imagens vistas com outros olhos, da sensibilidade sob a pele ou do sabor sobre a língua, dos aromas e odores excitantes, da harmonia do silêncio e dos sons, não importa, ficam marcadas como se fossem endereços digitais, que podem ser acessados, ou por vontade própria ou executados por um tipo de vírus neural.
Quando na quinta feira, passei por uma grande tensão, eu acabei não me preocupando mais com os detalhes da minha dieta. Não que tenha pensado em comida não saudável, pelo menos inicialmente. Mas estava profundamente ansioso com alguns problemas no trabalho. Pois justamente esta noite, já em casa, soube que minha esposa iria para casa da minha filha. Não que eu seja tão sensível a solidão, mas pelo meu histórico, é aí que algumas coisas estranhas acontecem. Não sei se é uma manifestação da sensação de liberdade de expressão doméstica (afinal, quem está olhando?), ou uma vitimação por abandono (típico da depressão). Eu sei é que procurei algo para comer, e fiz cinco almôndegas de Quinoa, com um molho de ricota e ervas. Até aí, tudo bem! Mas quando procurei algo no armário, vi uma lata de leite condensado lá no fundo. Minhas mãos ficaram atrapalhadas e bati a porta do armário, torcendo para que tais pensamentos fossem exorcizados. Fui para a sala, e tentei prestar atenção em algum programa que nem lembro o nome, e a imagem recorrente da lata de leite condensado não me deixava sequer prestar atenção a TV. Comecei a me lembrar dos doces de leite de panela de pressão, tão simples de fazer, e tão deliciosos, tão irresistíveis, tão... tão... tão...
O que aconteceu a seguir, é que quando voltei os meus pensamentos à realidade, já estava com uma vasilha vazia e lambida de doce de leite no colo, uma sensação de surpresa e arrependimento na mente, uma lata de leite condensado malocada no fundo da lata de lixo, e a panela lavada. Mas onde estava o Gordo? O cretino fugiu! Certamente me deu uma dose de "boa noite cinderela", para armar mais um dos seus golpes. Eu me sentia como um dependente químico que pulou o muro da clínica de tratamento de desintoxicação, e agora voltava arrependido da sua "viagem". Mas culpar a quem? Tal como a droga adicção, a dependência alimentar, no seu lado psicológico, é baseada nas lembranças do prazer experimentado no passado, e na possibilidade de, re-experimentando este prazer, estimular a mente a protelar no enfrentamento da nossa realidade.
Eu sei que não posso deixar isto ocorrer novamente, e vou ficar esperto na próxima crise.
Mas a boa notícia é que, mesmo com tudo isto, cheguei aos 128 kg, e o meu resumo é o seguinte:

Peso Inicial 142 Kg
Peso perdido 14 Kg
Hoje 128 Kg
Meta 1ª fase 128 Kg até Dezembro 2009 Detonada
Meta 2ª fase 110 Kg até Dezembro de 2009 (nova data)
Meta Final 90 Kg em Julho de 2010, sem mais latas escondidas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Descontando em quem merece


Eu tinha tudo para descontar na comida, e não o fiz!Na verdade, eu sinto que assimilei, desde cedo, que a melhor opção para uma frustração é comer.Já bastava a tendência genética e o hábito adquirido, para me tornar um Gordo, mas, além disto, sucumbi à tentação de aliviar meus fracassos com a comida.Minha mente divagava sobre as expectativas da mudança do meu escritório, do Centro para Botafogo. Quantas coisas a considerar: A preparação do meu grupo (17 assessores de venda), a preparação da mudança, as novas condições a serem encontradas no novo escritório, as finalizações da infra-estrutura, as expectativas da direção e dos colegas do administrativo e atendimento ao cliente, a adaptação da equipe ao novo escritório, a condução da mudança dos equipamentos de escritório e materiais, a sensação de que estaríamos mais visíveis, mais cobráveis, mais vulneráveis a conflitos. Tudo isso me deixou ansioso e passei uma semana pensando em liberar geral. É o mecanismo da droga. A fissura vem quando vemos que estamos tendo que olhar no espelho e enxergar nossas deficiências e medos. E se tivesse que estabelecer um relato desta conversa interna, ela seria a seguinte:Eu - Só de parar para pensar no tanto de coisa que tenho que fazer esta semana, fico assustado!Gordo - Eu te ajudo, mas tem um preço.Eu - Por que tudo que você me oferece tem um preço?Gordo - Porque eu não me sinto motivado de barriga vazia.Eu - Mas eu posso conseguir me virar sozinho.Gordo - Não se eu ficar te lembrando como você é fraco.Eu - E quem disse que estou com medo de alguma coisa.Gordo - Eu não disse medo, eu disse fraco, mas veja como você já está na defensiva!Eu - Eu aprendi com o Dale Carnagie (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dale_Carnegie) , que às vezes temos que aceitar todas as conseqüências das nossas limitações, antes de começar a viver e superar os obstáculos.Gordo - Mas diz a verdade, um bom pedaço de pizza, quentinha, faz a gente esquecer os problemas.Eu - Tem gente que perde a fome quando tem problemas.Gordo - Mas você sabe que nós não somos assim. Na alegria, vamos comer! Na tristeza, vamos comer! (veja  o http://luciana.misura.org/2005/04/19/funeral-a-americana/  ). Na angustia, vamos comer! Comer é o melhor remédio pra tudo!Eu - Era Gordo! Era! Agora eu tenho uma satisfação melhor - É ver você fazendo esse papel de esfomeado de terceiro mundo, enquanto eu sigo em frente. Já foi tempo em que eu te via como amigo, mas agora eu sei que estava dormindo com o inimigo.Gordo - Não tem problema não, eu vou repetir o tempo todo que você é um incapaz, um complexado, um desorganizado, um irresponsável, etc.Eu - Ha, ha, ha. Eu sei o que eu sou meu chapa. E mesmo que eu fosse tudo isso aí, e daí? Seria pior se eu fosse um "Gordo" incapaz, complexado, desorganizado e irresponsável.Gordo - Arrrg! Preciso urgente de uma bomba de chocolate! Socorro! Me tirem de dentro desse cara!!!!Terminei a semana ileso, sem ganhar um grama, ao contrário, perdi alguns. Estou lidando com as fontes que desencadeavam meu apetite irrefreado, não é fácil, mas quanto mais eu compreendo o "Gordo", mais eu compreendo como mudar. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um Tapinha não Doi


Uma grande armadilha criada pelo Gordo é estimular a valorização da "Comida Natural" ou "Integral" ou "Orgânica" e até a "Raw". Todos estes nomes supõem saúde. E é verdade! Porém é importante entendermos uma coisa - Alguns alimentos possuem grande potencial calórico, independente de serem saudáveis ou não. Se houver descuido, acabamos trocando seis por meia dúzia, quando pensamos que estamos contribuindo com a perda de peso, e às vezes é pior, acabamos engordando.
Passei uma semana de peso estável, sem perder nada, em função de alguns alimentos "saudáveis". Fiz alguns pratos diferentes e sei que houve influência do gordo em alguns deles.
Por exemplo: Risoto de Raris 7 Cereais - uma combinação deliciosa de Arroz integral, entre outros, que eu preparei com curry, alho, azeite, azeitona e ao final acrescentei um molho inteiro de bertalha (segundo a minha pesquisa é mais certo que bertalia). Ficou delicioso!
Outra iguaria que eu preparei foi Almôndegas de Quinoa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinoa). São bolinhos de um cereal, originário do Peru, que eu preparei para ser servidos com um molho a base de azeite, alho, tomate, manjericão, e pimenta calabresa.
Fiz uma pasta de ricota com ervas, para ser servida com torradas de pão integral.
E por fim, a traficante de Guloseimas da D. Neusa, a Heidi, me apresentou os pastéis de forno pré-cozidos, de farinha integral e recheio de berinjela, ricota com cenoura ou espinafre, além do já conhecido bolo de banana, com farinha integral, castanha do Pará, damasco, linhaça, e outros cereais.
Em resumo, o grande perigo da ingestão de muitas calorias, oriundas dos produtos integrais, está na quantidade ingerida. Independentemente de ser saudável há a necessidade de uma vigilância redobrada. Pelo efeito "um tapinha não dói", acabamos superestimando a boa intenção desta culinária e pecamos por esquecer-mos do seu poder calórico, que pode ser até maior do que algo mais industrializado.
Como sempre, meu lema é focar nas estratégias do "Gordo", e este mito da comida "boazinha" está "detonado"!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Foco Interior

Eu sempre afirmei que só conseguia identificar quatro fatores motivacionais para emagrecer. E nunca consegui me enquadrar em um deles. Ou por não ter necessidade, ou por não ter vergonha de assumir minha obesidade. Podem existir outros fatores de menor pressão psicológica, mas se o importante é criar um ambiente de vontade e determinação, os que mais influenciam são:

Medo de Morrer - Quando recebemos um diagnóstico grave da nossa condição de saúde, nos vemos na obrigação de optar entre viver ou continuar comendo muito e engordando, ou apenas mantendo um peso exagerado. Aprendi que um IMC de 35 em diante, já torna um obeso mórbido, quando acompanhado de hipertensão. Dependendo do nível de pânico da pessoa, a reação pode acontecer em maior ou menor grau, fazendo com que ela perca peso. Mas como todo ser humano tem aquele lado nocivo de achar que quando o risco passa, é hora de afrouxar o cinto, muitos voltam a engordar. Já ouvi vários alertas médicos, mas não posso torcer para que algum deles seja grave o suficiente para me motivar.

Paixão - A paixão pode ser um grande estimulante da perda de peso, não pela depressão que alguns experimentam, quando perdem ou não conseguem o objeto do seu desejo. As pessoas parecem dispostas a tudo, para conquistar ou para manter algo por que são apaixonadas. Este nível de motivação leva em consideração o desejo do outro, e dificilmente se vê alguém engordando para satisfazer seu parceiro, exceto se o seu problema for realmente extrema magreza. Já me sinto estabilizado no que diz respeito às relações amorosas, afinal vou fazer 30 anos de casado, e se fosse para achar a mulher dos meus sonhos, acho que diria que já achei, há 30 anos.

Humilhação - Já presenciamos, e até fomos vítimas de algumas brincadeirinhas maldosas. Me lembro de ter sido suspenso na 5ª série por que mandei todo mundo para aquele lugar, quando gritavam - Baleia, baleia, baleia! - Injustiça pura! Ninguém disse ao diretor por que eu explodi de raiva, foram contar para ele que eu xinguei todo mundo, do nada. Mas eu creio que o pior de agüentar, não são as gozações, são as gafes. Tipo aquelas, em que o sujeito encontra aquela colega de trabalho, que não via há algum tempo, e diz - Oi, que legal! Você ta grávida! - Já vi pessoas emagrecendo "de raiva" por uma humilhação pública, mas existe alguém que tem um grande “peso” neste processo: O chefe. Ser humilhado pelo chefe é algo duplamente horrível, pois expõe, além da nossa condição de "pessoas especiais”, o incômodo que isto pode estar trazendo à imagem da empresa, e aí alguns acabam emagrecendo, ou trocam de emprego. Acontece que sou um pouco sem vergonha para estas coisas, e levo tudo "na esportiva". Azar meu!

Ambição Profissional - A ambição deveria ser um desejo comum de atingir nossos objetivos, mas às vezes pode se tornar uma obsessão, quando se trata de dinheiro. Algumas pessoas são capazes de emagrecer para ganhar um emprego, ou até para manter. E muitas vezes não é nem pelo dinheiro, é pelo poder. Me lembro de ter emagrecido 20 kilos, para fazer "bonito" quando fiz a Semana Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho da Rede Globo. Eu não poderia apresentar uma imagem de um profissional sem domínio próprio, quando câmeras e pessoas notórias estariam me observando. Queria mostrar poder nos meus argumentos, e decolar minha carreira de palestrante. Lamentavelmente, logo depois da SIPAT, veio o aniversário de 15 anos da minha filha, e passada a motivação, me afoguei nos salgadinhos e bolo, que sempre sobram das grandes festas. Foi uma semana de "terapia de petisco". Engordei 20 kilos em 2 meses.

Por fim, já desesperançado em não conseguir me enquadrar em nenhuma das motivações da minha tese, encontrei uma quinta - O Foco Interior. Focar pode parecer uma palavra de efeito nos meios coorporativos, mas para mim é um instrumento que ajusta a deficiência visual da realidade em que eu vivo. Quando foco no meu Gordo interior, nas suas atitudes, hábitos e estratégias, entre outros fatores, acabo me surpreendendo de como estou enganando a mim mesmo. Descubro que para burlar a vontade consciente de mudar, e permanecer esguio e saudável, procuro não parar para pensar, e uso o piloto automático para tomar as decisões, e tudo que eu faço é dar vazão aos instintos, sejam eles genéticos, ou hábitos adquiridos.
Minha tese do foco interior está se desenvolvendo neste ambiente, onde o Gordo toma forma e mostra a "cara". Isto já me fez perder 8 kilos, desde que comecei o Blog. Eis aqui o resumo:

Peso Inicial 142 Kg
Peso perdido 8 Kg
Hoje 134 Kg
Meta 1ª fase 128 Kg até Dezembro 2009
Meta 2ª fase 110 Kg até Março de 2010
Meta Final 90 Kg em Julho de 2010, com muito Foco Interior.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Magro Power

Depois do Gordo tentar confundir minha cabeça, somente uma notícia interessante para aliviar a minha mente, tão culpada por sacrificar tantas oportunidades por causa da obesidade.
Li uma matéria em um portal de notícias de Portugal, o IOL, que dizia: "Cerca de 80% dos diretores gerais de companhias do Reino Unido admitiram ter preconceitos contra os obesos e 93% admitiram que, em igualdade de qualificações, dariam emprego a um candidato não obeso, em detrimento de um gordo". A coisa está séria! O Gordo tem mais risco de acidentes no trabalho, mais absenteísmo (http://pt.wikipedia.org/wiki/Absenteísmo), gera danos aos equipamentos de escritório (principalmente cadeiras), têm baixa integração social (principalmente quando são ridicularizados pelo grupo), etc. Será que os dirigentes das organizações não estariam certos? Eu creio que, daqui a pouco, os anúncios de emprego poderão vir assim: Precisa-se de Executivo, com expertise em gestão, inglês fluente, boa aparência (desde que com IMC menor do que 30). 
Pode parecer absurdo, mas o percentual de obesos no planeta está crescendo. E em outras partes do mundo, pessoas morrem de fome. Os governos estão preocupados com transferência de tecnologia, eu acho que deveriam estar pensando mais é em transferência de calorias. Assim resolveríamos tudo, e o planeta não teria mais problemas estéticos, entre outros.
Se os gordos começarem a ser marginalizados, e submetidos ao subemprego, em breve teremos a marginalidade gorda, e quadrilhas inteiras de gordos marginalizados atacando delicatesses, importadoras de alimentos finos, supermercados Zona Sul, Out Backs, entre outros. Um adolescente gordinho atacou um Mc Donalds e levou cinco BigMc, dois Quarteirões e um bichinho do Mac Lanche Feliz.
É duro imaginar um futuro onde o poder será dos magros. Mas quer saber? Eu não estarei na contra revolução! Até lá eu me curo.

Quem está maluco? Eu ou Eu?



Coisa engraçada essa, de conseguir transitar entre o imaginário e a realidade. Ontem trabalhamos até as 20h30minh. Eu, Batista (gerente operacional), Andréa (gerente de atendimento) e Rossard (diretor), em um contrato do nosso novo produto. Ao terminarmos, fomos convidados pelo Rossard, para irmos para uma pizzaria rodízio, o que me criou certo embaraço, mas foi celebrado pelo Gordo interior. Ao chegarmos à pizzaria escolhida, em Copacabana, ela estava em obras. Fomos para outra, na Siqueira Campos, mas havia fila, então fizemos a opção de ir para uma churrascaria logo em frente. Oba! Disse o Gordo! Fica frio! Disse eu! Lembrei-o da promessa "Nada de carne vermelha". Ao chegarmos à churrascaria, logo nos acomodarmos, foi quando a filha de meu diretor, que estava na "comitiva" (Nome apropriado para um grupo em romaria, carregando a sua fome pesada sobre o estômago, andando de restaurante em restaurante), desabou em prantos. O papai tinha prometido pizza, e criança sabe como cobrar uma promessa. Entre varias negociações mal sucedidas, achamos melhor voltar à pizzaria do outro lado da rua. Apenas tivemos que aguardar um bom tempo, pois metade das mesas estava reservada para um grupo enorme, que viria as 21h30minh. Mas após algum tempo entramos. E com a promessa da alternativa de um bom Buffet, fiquei feliz, mas o Gordo agonizou. Me servi de vários vegetais: aspargos, rúcula, alface, cenoura, beterraba, brócolis, tomate, entre outros, completei com uma fatia de truta, e com um pequeno bloco de bacalhau fresco, com batatas, as quais dispensei.
Travamos uma conversa agradável e animada à mesa, apesar de já ser 22h00minh e o jogo do Brasil com o Chile, rolar nas TVs LCD, fazendo que conversássemos olhando sobre nossas cabeças, mas entendendo tudo que falávamos, exceto por algum ataque emocionante. Foi aí que falei sobre o projeto do Blog Eu e o Gordo, e fui bem gozado pelos meus amigos. Com exceção da Andréa, que se pensou, não falou. Cheguei a ouvir do meu chefe - Olha aí Batista, na mão de quem a gente ta confiando o Comercial. E eu disse - É preciso de muita coragem para escrever um blog assim. E ele falou - É preciso ser muito maluco para escrever um blog assim.
Decididamente, não vou mais falar com tanta empolgação do meu Blog para os amigos de escritório. Tenho certeza que eles confiam em mim, mas tenho que admitir - Essa idéia parece muito maluca mesmo. Até porque, não são todas as pessoas que podem compreender que um indivíduo normal, possa simular conversas com uma personalidade dissociada, que acontece apenas no campo da ficção, mas tem influência na realidade.
Se você também não está entendendo nada, saiba que o que eu quero dizer, é que de fato, o Gordo não existe!
Gordo - Existo sim!
Eu - Você é só um produto da minha imaginação criativa!
Gordo - Não senhor! Eu existo de fato, e sou eu que imagino você!
Eu - Ta maluco?
Gordo - Agora você entendeu não é? Na verdade eu de fato fiquei maluco, e comecei a imaginar como seria uma pessoa normal! Um pouco chata, admito, mas normal.
Eu - Não! Não! Você não vai me confundir! Vou encerrar esta postagem antes que eu pire!
Gordo - Vou imaginar você pirando.
Eu - Nem pense nisso, quer dizer, pense se quiser, tanto faz! Eu não acredito! Esta é mais uma das suas manobras. Saí fora daqui Gordo! Vou publicar agora!
Gordo - E então o Paulo publicou a postagem. Fim da história.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ser ou não Ser Gordo


Um conflito interminável, é a racionalização do ser, ou não ser Gordo. Talvez a dúvida Shakespeariana fosse menos atormentante, pois considerava o todo existencial. Mas no meu caso, reflete um conflito de interesses entre as partes do mesmo ser. Isto quer dizer que, mais que a razão da existência, tenho que julgar as vantagens da coexistência. Por isso resolvi chamar o Gordo a uma disputa argumentativa, que reflete nosso conflito coexistencial.
Gordo - Não dá nem pra comparar, decididamente ser Gordo é uma grande vantagem.
Eu - Não é de admirar que você ache interessante fazer "Pretzels" (http://www.mrpretzels.com.br/), quando a coisa está preta aqui em casa (Final do mês). Barato, calórico, mas engorda até a orelha.
Gordo - Mas quando você decide reprimir este desejo, sente que uma sensação desagradável invade a sua mente e coração. É como se estivesse sendo punido. Logo você, uma pessoa boa, e merecedora de alguns momentos de prazer. Depois de uma semana atribulada, com tantos sacrifícios profissionais. Nós merecíamos uma "recompensa".
Eu - O que adianta uma "recompensa" que se torna um castigo mais tarde. Eu já não consigo nem caminhar no bosque da freguesia (http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&q=pretzels&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wl), que fica ao lado do nosso condomínio, porque minhas pernas doem, e ficam dormentes.
Gordo - Mais isso não é da obesidade, é da hérnia de disco que você conseguiu caindo daquele cavalo.
Eu - Nem lembra isso, mas não é bem assim! O peso, influencia na minha dor. Quando estava com 110 kg eu não sentia nada de dor e corria o bairro inteiro.
Gordo - É psicossomático! Você acredita que pode, você faz!
Eu - Se eu fizesse isso agora, teria um infarto.
Gordo - Vejo tantos Gordos piores por aí, eu não acho que seria assim tão mal!
Eu - Ver um pior desgraçado sempre conforta o desgraçado comum. Você se lembra quando fomos à reunião do grupo de preparação para a cirurgia de redução do estômago (Bariátrica)?
Gordo - Lembro! Lembro que nós éramos verdadeiros modelos fotográficos, em comparação com aqueles coitados que precisavam de duas cadeiras para se assentar. Eles só podiam ir de um em um no elevador. E nós fomos com um, e quase morremos sufocados. Fomos os únicos que passamos pela porta do auditório de frente, e não de lado. Nos sentimos absolutamente saudáveis naquele dia.
Eu - Mas nos ônibus, já estamos ocupando 20% da poltrona alheia! E já reparou que nossa poltrona ao lado é quase a última a ser preenchida, e geralmente são velhinhas e gays!
Gordo - Porque eu não sou tão preconceituoso quanto você?
Eu - Preconceituoso? Eu nunca vi gay viajar acordado, eles dormem e se esparramam pra cima da gente!
Gordo - Você precisa ter mente mais aberta!
Eu - Só faltava essa! Descobrir que meu Gordo é Bi!
Gordo - Qual é Mané? Não é nada disso! Eu só acho que não é por causa de ser Gordo que devemos ficar alheios aos problemas sociais.
Eu - Você já andou de ônibus urbano comum, com poltrona de "bracinho", e sabe que muitas vezes as pessoas preferem ficar de pé, a se apertar no espaço minúsculo restante. Algumas delas têm medo de ter uma lesão no fígado.
Gordo - Pense na vantagem de não sentir frio, com toda nossa capa extra de gordura biotérmica.
Eu - Mas em compensação o calor nos atormenta. E o suor, é insuportável! Já notou como as pessoas torcem a cara para gente suada?
Gordo - Mais um preconceito social!
Eu - Mas me incomoda! Não agüento mais aquela perguntinha: Ta chovendo lá fora? Dá vontade de dizer: Não, estava consolando a sua mãe, pelo filho que ela vai perder!
Gordo - A verdade é que somos mais simpáticos assim, e eu vou provar qualquer dia que o bom humor das pessoas gordas é essencial para a alegria do planeta! Veja o Jô Soares!
Eu - Eu não ganho tanto quanto o Jô, e talvez ele não seja gordo porque quer!
Gordo - O que é isso? Se ele emagrecer vai perder toda a sua graça!
Eu - Qualquer apresentador, se mudar muito o seu look, pode não agradar!
Gordo - Mas diz a verdade, o Jô assim é engraçadinho!
Eu - A tua mãe assim também é engraçadinha!
Gordo - Vai começar a engrossar né? Não tem espírito esportivo como nós, os gordos?
Eu - A verdade é que eu não to nem aí para quem eu vou me tornar quando emagrecer, o que eu quero é me livrar de você!
Gordo - Magoei!
Eu - Não vem com estas técnicas de chantagem emocional.
Gordo - Perdi até a fome!
Eu - Valeu! Assim é melhor!
Gordo - Brincadeirinha! Eu não falei que gordo tem espírito brincalhão!
Eu - Chega, tenho mais o que fazer, e vê se não me incomoda mais hoje.
Gordo - Ta quase na hora do almoço!
Eu - Ai, Ai!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Águia Renovada

Fico feliz quando posso desfrutar de momentos felizes de convivência social, e isto foi o que aconteceu ontem, ajudando a celebrar a cerimônia em homenagem ao aniversário de 80 anos da matriarca de uma família amiga, D. Lili.
Ver os filhos, netos, bisnetos e agregados (genros, noras e amigos como eu) se movimentando num pulso contínuo de conversas amistosas e divertidas, é como captar a felicidade humana num instantâneo de risos, cochichos, abraços, gentilezas, elogios, revelações, surpresas e sentimentos que evocam a razão de ser de uma família.
O meu tema, escolhido para a cerimônia, foi a lenda de renovação das águias (http://www.slideshare.net/renatosiqueira/renovao-das-guias).
Tudo era alegria, e foi assim durante as 8 horas em que estive neste encontro social, que apesar de ser uma relação completamente distante dos meus vínculos sanguíneos, me envolvia num sentimento "dèjá vu" (http://pt.wikipedia.org/wiki/Déjà_vu).
Parte da minha felicidade foi encontrar ali uma alimentação predominantemente "Raw", onde rabanete, cenoura, beterraba, cebola, entre outros, eram encontrados crus nas bandejas de salada. Salvo a salada de batata com bacalhau, o cru predominou. Eu podia sentir o Gordo agonizando dentro de mim, enquanto eu consumia minha refeição saudável e rejeitava, com classe, as sobremesas, que eram muitas. Nem o bolo ficou livre da minha renúncia, mas saí de lá com um gosto doce, do sabor de viver a fraternidade familiar, tão rara em nossos dias. Me senti "Renovado"

sábado, 5 de setembro de 2009

Direito de Resposta

Ele não quis falar a verdade, não foi nada disso. Não foi um amigo que disse que sentiu a minha falta, foi a nossa mulher. Veja só que neura - Ser traído por si próprio! - Isso é normal em "Mentes inquietas", outro livro que nós lemos da tal Drª. Beatriz. Mas já que me deram espaço, gostaria de enfatizar que estamos acabando de ler o livro "A Cabana" de Willian P. Young 
(http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cabana). O livro realmente me surpreendeu. É uma das narrativas mais didáticas de como é o amor de Deus, na prática. Mas uma coisa eu observei - A descrição dos vários cafés da manhã e almoços é absolutamente detalhada, rica, e permite uma visualização mental de coisas que, a muito, estão me sendo negadas. Cheguei a procurar fotos do autor para comprovar minha tese, e lá estava o Willian, com as suas bochechas avermelhadas. Esse homem de bom gosto, talvez um gourmet, é um tanto "redondinho". Um Cara, que já vendeu mais de dois milhões de cópias do seu livro, tem que ser considerado uma pessoa inteligente, como eu por exemplo. 
Se você, que está lendo esta postagem, me ajudar, poderemos transformar este blog em uma janela de virtudes gastronômicas, em uma experiência transcendental dos valores da cozinha internacional e da plenitude do prazer, em saborear aquilo que há de melhor, sem culpa, sem medo, e sem esse chato, que não consegue nem agradar a própria mulher, pois o gostosão aqui....as f  fjuyu fiopi gkkksssssss fhf .............jddkiye.....
Interrompemos esta postagem por conflitos neuronais que não podemos descrever. Desculpem.

O Sucesso do Gordo



Fiquei perplexo ao ouvir de um amigo - Tenho lido suas postagens, mas estou sentindo falta do Gordo! - Cheguei à seguinte conclusão - O Gordo faz mais sucesso do que eu! Sinceramente, não sou invejoso, mas acho que há uma tendência de se admirar o elemento exótico, engraçado e irreverente, em todos os grupos sociais. E comigo não seria diferente. Aliás, eu já estou me preparando para me tornar um “mala”, quando conseguir ocultá-lo totalmente. Acredite, nem tudo que reluz é ouro, basta analisar as mentes psicopatas, algo que tenho aprendido muito no livro "mentes perigosas" da Dr. Ana Beatriz. A manipulação do meu Gordo interior é evidente. Às vezes se mostra carente, oprimido, injustiçado, divertido, confiável. Mas quero afirmar uma coisa: Ele vai enganar você! Ele vai encorajá-lo a me desincentivar, criticar a minha "crueldade" para comigo mesmo, a minha falta de esportiva ou bom humor. Mas já que houve reivindicações neste sentido, permiti que ele escrevesse a próxima postagem. Fazer o que, para se vencer uma guerra às vezes temos que deixar o inimigo se evidenciar. Mas isso, não vai levar muito tempo.

A Cina dos Gordos

Eu gostaria de colocar, de uma vez por todas, um ponto final no estigma de que todo gordo é produto de uma má educação alimentar, ou de uma fraqueza de caráter ou de uma maldição proferida por algum inimigo. É certo que algumas pessoas que tenham uma tendência genética para a obesidade aproveitam para extravasar todas as suas ansiedades na comida, fazendo depender assim das circunstâncias e não unicamente da inclinação biológica. O fato é que existe um fator preponderante neste caso, e ele não pode ser desprezado: A Leptina.
Segundo T. Stephens, no estudo "Ultradian oscillations of leptin secretion in humans",
"A leptina (do grego leptos= magro) é uma proteína composta por 167 aminoácidos, e possui uma estrutura semelhante às citosinas, do tipo interleucina 2 (IL-2), sendo produzida principalmente no tecido adiposo". Seu pico de liberação ocorre durante a noite e às primeiras horas da manhã, e sua meia-vida plasmática é de 30 minutos. É responsável pelo controle da ingestão alimentar, atuando em células neuronais do hipotálamo no sistema nervoso central. A ação da leptina no sistema nervoso central (hipotálamo), em mamíferos, promove a redução da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. Ela é sintetizada também na glândula mamária, músculo esquelético, epitélio gástrico e trofoblasto placentário.
Portanto a deficiência de tal proteína determina a tendência biológica à obesidade.
Os estudos sobre o assunto são muito extensos e profundos, mas o mais importante é saber que muitos obesos (a maioria) têm uma deficiência na produção desta proteína, e independente de uma pessoa conseguir emagrecer, esta tendência continuará até a morte.
Uma vez entendido isto, sei que a única coisa que posso fazer é aprisionar meu Gordo numa corrente de condicionamento psíquico, que se perdurará até o fim da minha vida.
É lamentável dizer, mas para a maioria dos obesos que não tenham fé na transcendência, o Gordo interior só morrerá no dia da sua morte.


Se quiser conhecer melhor a ação da leptina, leia http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Estética Coorporativa

Qual a escala de valores a ser considerada, quando o que se pretende é avaliar um futuro executivo, ou tentar diagnosticar o perfil de uma pessoa que acabamos de conhecer? Eu tenho minha própria concepção de valores quanto a isto, mas lamentavelmente não consigo ver bons exemplos de avaliadores hoje em dia. Em parte, creio eu, que eles fazem seu julgamento baseado em matrizes adquiridas na sua própria vivência do que seja bom ou ruim. Por outro lado, acho que um certo auto-julgamento de superioridade exista naquele que julga. O que faz dele “referência” para o que há de melhor.

Um dia, quando estava visitando a Golden Cross, escutei uma propensa parceira de negócios dizer:

- O Problema em ser gordo, no meio coorporativo, é que se você demonstra que não domina a compulsão alimentar, presume-se que também não domine outras más tendências.

Falava isto, porque eu não conseguia abotoar os botões do meu terno, muito mais pelo terno, do que pela barriga (desculpa de gordo, mas era verdade).

Tempos depois, em uma transação comercial, a tal analista da “estética comportamental corporativa”, me criou um problemão, quando afirmou ter depositado um valor na minha conta e não foi verdade, o que acabou sendo feito um dia depois.

Tenho me perguntado: na opinião dos grandes conselhos coorporativos, o que vale mais? Conseguir abotoar um terno ou falar a verdade? Bem, não tenho dúvida de que em breve, terei o grande prazer de, além do que já faço naturalmente, poderei abotoar o terno.

domingo, 30 de agosto de 2009

Gordo Reporter

Fui intimado pelo "Gordo" a responder a algumas perguntas para aplacar o seu ceticismo quanto ao meu método. Num surto de "Repórter por um Dia", ele me entrevistou de uma forma invasiva e abusada. Mas se quero provar minha tese, de que o reconhecimento da identidade co-existente, pode ser o início do controle absoluto da compulsão bio e psicológica, preciso ser muito sincero. Vamos lá:Gordo - Eu imagino que toda pessoa que começa a ter motivação para fazer o que você está fazendo, tem alguma pressão psicológica oculta, e desconfio que algum médico lhe disse que se você não emagrecer, vai morrer! É verdade?Eu - Não! Eu sempre tive médicos que me sugeriram o emagrecimento, mas nunca houve a identificação de algum problema crônico. A maioria dos médicos visava o meu bem estar, como a regulação da pressão arterial, o alívio nas dores lombares, a prevenção ao diabetes, etc. Meu exame sempre teve números equilibrados, como glicose, colesterol, triglicerídeos, etc.Gordo - Mas certamente você passou a usar algum remédio que está influenciando o seu apetite. Fale a verdade, você está usando anoréxicos?Eu - Não! Até já usei no passado. Durante um ano e meio, há quinze anos, fiz tratamento com anfepramona (uma anfetamina), mas não funciona. O efeito da abstinência faz você comer o dobre, e é inevitável o retorno ao peso anterior, e até ultrapassá-lo. Já uso antidepressivo há algum tempo, mas segundo o médico, sou um depressivo leve, e mesmo com o uso do antidepressivo, sempre comi exageradamente. Uso também um ansiolítico em momentos mais estressantes, mas o seu único efeito na compulsão é colocar o gordo em câmera lenta. A mesma quantidade de caloria ingerida mais calmamente, engorda a mesma coisa.Gordo - Você ta querendo ganhar dinheiro com esse negócio seu safado!Eu - Eu não posso vender o que eu não tenho! Quero emagrecer, mais sei que o mais difícil para mim será aprender a manter o peso depois disso. Não tenho nenhuma garantia, nem imagino que ferramentas vou usar para isso, mas com certeza elas não levam em consideração a liberdade de um alter ego gordo por assim. Por isso, dá o fora daqui e se convença que você é um inimigo vencido. Rala!

Gordo - Gordo, repórter por um dia para... Fui!

Boicote a informação

Sou um amante da tecnologia, mas às vezes me pergunto se ainda não vou morrer por causa dela.

Eu precisava fazer minha verificação semanal de peso, e logo que saí do ensaio do meu grupo vocal (O Charis), passei em uma farmácia e vi uma destas balanças eletrônicas, que te dão até um papelzinho comparando seu peso ao peso de uma pessoa "normal". Vasculhei o bolso, e como um sinal, pela primeira vez a presença da balança e uma moeda de R$ 0,50 coincidiram. Coloquei-me na posição e enfiei a moeda na abertura própria, começando assim a pesagem. De repente a máquina falou - Pise no centro da balança - E eu assim fiz - Agora não se mexa! - E eu obedeci - Agora não se mexa! - É isso que eu estava fazendo - Agora não se mexa! - Ora bolas, o que você quer? - Foi aí que uma balconista, simpática por sinal, falou como se estivesse ensinando a uma velinha a sacar num caixa eletrônico - Prenda a respiração! - E eu então prendi - Agora não se mexa! - Disse a máquina de novo - Agora não se mexa! - Eu estava uma verdadeira estátua, e quase sem ar - agora não se mexa! - Eu vou morrer! - E a fita saiu! - Nem olhei para a cara da balconista, mas tinha certeza que mais alguns minutos e ela chamaria o SAMU. Isto tudo por causa da célula fotoelétrica defeituosa que mede a altura do sujeito.

Às vezes acho que quem inventou estes programas, os fez com certo toque de sadismo, e não me surpreenderia que em algum lugar escondido, alguém estivesse morrendo de rir com aquele gordo de cara roxa, torcendo para sair uma porcaria de uma fita e papel.

Ah! O valor da informação. Quando li o resultado, esqueci da balança, da balconista, do mico e do sádico desgraçado oculto. Tinha emagrecido mais dois kilos. E se não fosse a tecnologia, não veria que ainda faltam 46 kilos pela frente, até o meu peso ideal. Mesmo assim estou dentro da meta de perder 14 kilos até dezembro. Já perdi 6, faltam 8. Se conseguir a meta antes, passo para próxima. Aqui vai o resumo:

Peso inicial 142 kg

Peso perdido 6 Kg

Hoje 136 Kg

Meta 1ª fase 128

Falta perder 8 Kg para a 1ª fase

Meta final 90 Kg até julho de 2010, se eu não morrer asfixiado algum dia destes.

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma visão macro do Problema

Tenho sido bem específico em minhas postagens, daí resolvi me dar um tempo para estudar a conjuntura da co-existência de um Gordo na nossa vida.

A primeira observação que fiz, é que quando enfocamos nossa meta, e buscamos agregar mudanças de comportamento para atingí-la, parece que tomamos posse de uma terceira personalidade. Desta feita, é um sentimento de dissociação física, que pode nos fazer olhar de fora e enxergar o nosso real estado.

Acredito que agora compreendo melhor as pessoas que não têm como custear alguns hábitos de consumo, tais como freqüentar bons restaurantes, ou talvez até de uma simples pizzaria.

Ah, me lembro quando fui convidado ao Royal Tower, no Rio Sul, e comí uma Picanha Marítima (Filé de Badejo Grelhado) com palmito assado. Deve ter custado os olhos da cara para os patrocinadores. O impressionante é que estas lembranças não são tão menos torturantes do que olhar para uma mesa numa simples pizzaria do subúrbio, e ver a manipulação da massa, quente, aromática, palatosa (neologismo para deliciosa). Me senti como um menino pobre, que não podia ter acesso a tal alimento na hora da fome. E somado a fome, o desejo do prazer. Nossos olhos parecem desafiar a física e brincam com a lânguida mussarela, beliscam as folhas de manjericão e nossos cílios se umedecem no azeite do tomate seco. Não dá vontade nem de piscar.

Nada melhor do que ser um crítico. Assim podemos ficar de fora e contemplar aquele ser ridículo, deixando passar seu ônibus, por mais um pedaço de olhadinha. E foi assim que aconteceu, porque a terceira pessoa, o observador, estava lá.

Eu sei que não dá para conviver com dois, muito menos com três personalidades. E esse observador dos hábitos não-alheios deve sumir da minha mente, pois quanto mais distante contemplarmos o sofrimento de um ser, menos motivos teremos para ter dó. Pois com dó, eu não poderia dizer as palavras: Morra Gordo, Morra!