sábado, 29 de agosto de 2009

Uma visão macro do Problema

Tenho sido bem específico em minhas postagens, daí resolvi me dar um tempo para estudar a conjuntura da co-existência de um Gordo na nossa vida.

A primeira observação que fiz, é que quando enfocamos nossa meta, e buscamos agregar mudanças de comportamento para atingí-la, parece que tomamos posse de uma terceira personalidade. Desta feita, é um sentimento de dissociação física, que pode nos fazer olhar de fora e enxergar o nosso real estado.

Acredito que agora compreendo melhor as pessoas que não têm como custear alguns hábitos de consumo, tais como freqüentar bons restaurantes, ou talvez até de uma simples pizzaria.

Ah, me lembro quando fui convidado ao Royal Tower, no Rio Sul, e comí uma Picanha Marítima (Filé de Badejo Grelhado) com palmito assado. Deve ter custado os olhos da cara para os patrocinadores. O impressionante é que estas lembranças não são tão menos torturantes do que olhar para uma mesa numa simples pizzaria do subúrbio, e ver a manipulação da massa, quente, aromática, palatosa (neologismo para deliciosa). Me senti como um menino pobre, que não podia ter acesso a tal alimento na hora da fome. E somado a fome, o desejo do prazer. Nossos olhos parecem desafiar a física e brincam com a lânguida mussarela, beliscam as folhas de manjericão e nossos cílios se umedecem no azeite do tomate seco. Não dá vontade nem de piscar.

Nada melhor do que ser um crítico. Assim podemos ficar de fora e contemplar aquele ser ridículo, deixando passar seu ônibus, por mais um pedaço de olhadinha. E foi assim que aconteceu, porque a terceira pessoa, o observador, estava lá.

Eu sei que não dá para conviver com dois, muito menos com três personalidades. E esse observador dos hábitos não-alheios deve sumir da minha mente, pois quanto mais distante contemplarmos o sofrimento de um ser, menos motivos teremos para ter dó. Pois com dó, eu não poderia dizer as palavras: Morra Gordo, Morra!

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