terça-feira, 15 de setembro de 2009

Foco Interior

Eu sempre afirmei que só conseguia identificar quatro fatores motivacionais para emagrecer. E nunca consegui me enquadrar em um deles. Ou por não ter necessidade, ou por não ter vergonha de assumir minha obesidade. Podem existir outros fatores de menor pressão psicológica, mas se o importante é criar um ambiente de vontade e determinação, os que mais influenciam são:

Medo de Morrer - Quando recebemos um diagnóstico grave da nossa condição de saúde, nos vemos na obrigação de optar entre viver ou continuar comendo muito e engordando, ou apenas mantendo um peso exagerado. Aprendi que um IMC de 35 em diante, já torna um obeso mórbido, quando acompanhado de hipertensão. Dependendo do nível de pânico da pessoa, a reação pode acontecer em maior ou menor grau, fazendo com que ela perca peso. Mas como todo ser humano tem aquele lado nocivo de achar que quando o risco passa, é hora de afrouxar o cinto, muitos voltam a engordar. Já ouvi vários alertas médicos, mas não posso torcer para que algum deles seja grave o suficiente para me motivar.

Paixão - A paixão pode ser um grande estimulante da perda de peso, não pela depressão que alguns experimentam, quando perdem ou não conseguem o objeto do seu desejo. As pessoas parecem dispostas a tudo, para conquistar ou para manter algo por que são apaixonadas. Este nível de motivação leva em consideração o desejo do outro, e dificilmente se vê alguém engordando para satisfazer seu parceiro, exceto se o seu problema for realmente extrema magreza. Já me sinto estabilizado no que diz respeito às relações amorosas, afinal vou fazer 30 anos de casado, e se fosse para achar a mulher dos meus sonhos, acho que diria que já achei, há 30 anos.

Humilhação - Já presenciamos, e até fomos vítimas de algumas brincadeirinhas maldosas. Me lembro de ter sido suspenso na 5ª série por que mandei todo mundo para aquele lugar, quando gritavam - Baleia, baleia, baleia! - Injustiça pura! Ninguém disse ao diretor por que eu explodi de raiva, foram contar para ele que eu xinguei todo mundo, do nada. Mas eu creio que o pior de agüentar, não são as gozações, são as gafes. Tipo aquelas, em que o sujeito encontra aquela colega de trabalho, que não via há algum tempo, e diz - Oi, que legal! Você ta grávida! - Já vi pessoas emagrecendo "de raiva" por uma humilhação pública, mas existe alguém que tem um grande “peso” neste processo: O chefe. Ser humilhado pelo chefe é algo duplamente horrível, pois expõe, além da nossa condição de "pessoas especiais”, o incômodo que isto pode estar trazendo à imagem da empresa, e aí alguns acabam emagrecendo, ou trocam de emprego. Acontece que sou um pouco sem vergonha para estas coisas, e levo tudo "na esportiva". Azar meu!

Ambição Profissional - A ambição deveria ser um desejo comum de atingir nossos objetivos, mas às vezes pode se tornar uma obsessão, quando se trata de dinheiro. Algumas pessoas são capazes de emagrecer para ganhar um emprego, ou até para manter. E muitas vezes não é nem pelo dinheiro, é pelo poder. Me lembro de ter emagrecido 20 kilos, para fazer "bonito" quando fiz a Semana Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho da Rede Globo. Eu não poderia apresentar uma imagem de um profissional sem domínio próprio, quando câmeras e pessoas notórias estariam me observando. Queria mostrar poder nos meus argumentos, e decolar minha carreira de palestrante. Lamentavelmente, logo depois da SIPAT, veio o aniversário de 15 anos da minha filha, e passada a motivação, me afoguei nos salgadinhos e bolo, que sempre sobram das grandes festas. Foi uma semana de "terapia de petisco". Engordei 20 kilos em 2 meses.

Por fim, já desesperançado em não conseguir me enquadrar em nenhuma das motivações da minha tese, encontrei uma quinta - O Foco Interior. Focar pode parecer uma palavra de efeito nos meios coorporativos, mas para mim é um instrumento que ajusta a deficiência visual da realidade em que eu vivo. Quando foco no meu Gordo interior, nas suas atitudes, hábitos e estratégias, entre outros fatores, acabo me surpreendendo de como estou enganando a mim mesmo. Descubro que para burlar a vontade consciente de mudar, e permanecer esguio e saudável, procuro não parar para pensar, e uso o piloto automático para tomar as decisões, e tudo que eu faço é dar vazão aos instintos, sejam eles genéticos, ou hábitos adquiridos.
Minha tese do foco interior está se desenvolvendo neste ambiente, onde o Gordo toma forma e mostra a "cara". Isto já me fez perder 8 kilos, desde que comecei o Blog. Eis aqui o resumo:

Peso Inicial 142 Kg
Peso perdido 8 Kg
Hoje 134 Kg
Meta 1ª fase 128 Kg até Dezembro 2009
Meta 2ª fase 110 Kg até Março de 2010
Meta Final 90 Kg em Julho de 2010, com muito Foco Interior.

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